Da palavra à mentira (2013)
canetadapoesia
É sagrada, quando consagrada, e dela se diz que bastava,
para os antigos que nela criam, chegava um aperto de mãos,
para o pacto, sagrado, estar selado.
Na palavra nos convertemos,
logo que largámos as cavernas da ignorância,
por ela nos convencemos que não daria lugar à mentira,
mas foi usada, utilizada à exaustão, para da mentira criar verdades,
ainda que fictícias, inverdades, a que a palavra deu credibilidade.
Quando jurada, a palavra é maior,
é honra, é glória, é Nação e,
quando se desencadeia uma revolução,
ficará a palavra sem efeito?
E se jurada, onde fica?
E quem a deu, como fica?
Herói ou vilão e traidor?
Herói, para os que tudo justifica que seja quebrada.
Vilão, para os que dela são vitimas.
A palavra dada nunca pode ser vã, nunca pode ser transformada
na mentira que justifica a traição àqueles que com ela sofrem,
porque assim se transforma na mentira.