30
Mai18
Em trapinhos (2018)
canetadapoesia
Vejo-te tão enrolada
em trapinhos que te aquecem
que até tenho receio de em ti pegar.
Afasto algumas roupas
vislumbro finalmente uma cabeça,
pequenina ainda, e uns olhinhos,
que de tão recentes no mundo
ainda pouco abertos se encontram.
Vejo-te sobretudo,
na quietude da recém-nascida que acaba de chegar
a um mundo que desejo, freneticamente, te proteja e encaminhe,
que te seja agradável e te dê tudo o que mereces da vida.
O amor que te votamos está garantido,
ou não fosses mais uma princesa
a juntar ao rol de outras duas,
devoro-vos com o olhar do coração
mantendo no peito a chama acesa
de um lume que me arde na alma.