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Mai17
Era uma tarde (2017-03-22)
canetadapoesia
Era uma tarde como tantas outras tardes,
o calor atrevia-se por entre as ervas suadas
onde gotículas de água,
vindas não se sabe de onde,
verdejavam o prado quente.
Nesta imensidão de calor destravado,
por raios inclementes de um sol
em busca do seu próprio tempo e
do verão onde estacionaria algum tempo,
sentia-se o trinar dos melros apavorados que,
de arbusto em arbusto,
de ramo em ramo equilibrados,
saltitavam esvoaçantes em fuga do destempero do tempo,
em busca de alimentos que apesar de tudo
seria o seu sustento, a sua ponte para a vida.