Esse teu rosto (2014-08-29)
canetadapoesia
Esse teu rosto sem idade,
sulcado pelos agrestes ventos da vida,
lavrado em profundos canteiros de rosas
pelo vento que o açoitou.
Esse teu rosto marcado,
pelos sonhos que nunca realizaste,
pela dureza que a vida te impôs
no caminhar que o tempo já esqueceu.
Esse teu rosto ímpar,
no contar de estórias inenarráveis
que os anos tornaram irreais à luz que hoje brilha,
que são o testemunho vivo da história que vivemos.
Esses teu rosto risonho,
que tudo viu passar,
que perdoou os males a que não pode fugir,
que sorri, apesar de tudo.
Esse teu rosto vivido,
que traz sulcado a traços profundos,
o mapa do mundo por onde andaste,
os caminhos que calcorreaste.
Esse teu rosto bondoso,
que assistiu a um mundo e acaba noutro,
que merece respeito e recebe despeito,
que tudo faria para saciar os insaciáveis.
Esse teu rosto que eu respeito,
e ainda que os ventos da modernidade,
imberbes e ignorantes,
propalem o contrário, agradeço,
pelo futuro que teu sacrifício me deu.