29
Set14
Estou para aqui (2012)
canetadapoesia
Olhando o céu que,
num repente, se acinzentou,
cansado de tanto azul,
deixou cair umas lágrimas,
que molharam a terra,
e delas brotou vida.
Mesmo sendo salgadas,
ainda que em pequenas quantidades,
nunca deixam de criar.
Criam ambientes, desalentos,
criam atmosferas, humores e tristezas.
Mas quando secam,
deixam no chão a força da sua criação e,
do castanho da terra, emanam os verdes da eternidade.
E agora, sim,
depois de se fecharem,
de chorarem sobre o mundo,
criam de novo.
Alegria, esperança, quem sabe um mundo novo.