25
Mai17
Fumegante (2014)
canetadapoesia
Exalam do seu interior,
voláteis e esparsas colunas,
de um fumo aromático,
a café quente, torrado, sensual.
Dessas colunas me sobressaem,
nas asas da minha fértil imaginação,
os imensos terreiros em verde e vermelho pintados,
das cores das imensas bagas espalhadas,
do café que, colhido se prepara ao sol,
para o repouso que o secará.
E cânticos que se repetem,
em sons guturais e sucessivamente entoados,
por quem daquela vida fazia vidas,
e em cada bago daquele grão do prazer,
com que os homens se deleitam,
ou se escondem por trás do seu fumo,
via uma vida dura e exigente,
mas de uma simplicidade desconcertante.