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Jan19
Iluminado (2019-01-22)
canetadapoesia
Assim me deitei, iluminado,
primeiro deixei-a chegar devagarinho,
cortinas abertas, estores escancarados e ela,
não se fez de rogada e de mansinho, pé ante pé,
foi entrando sem pedir permissão.
Começou por subir pelos pés da cama,
esticou-se no edredão,
enroscando-se e contorcendo-se foi por mim subindo,
sem falsos pudores em mim se enroscou.
Sentindo-lhe o calor que a mim se apegava,
depressa fui despertando para tamanha audácia,
deixei-me ir lentamente acariciado,
sentindo pelo corpo o torpor de um luar extraordinário.