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Jul14
Muito protector
canetadapoesia
Mão no saco, retiras a embalagem,
verificas e sacodes, mais um abanão,
fazes pressão e sai um esguicho,
mais outro e outro ainda,
espalhas pelo corpo, com tuas mãos.
Primeiro os braços, depois os ombros,
vem a barriga a seguir e só depois,
te dedicas às pernas, longas,
torneadas e já meio bronzeadas.
Nas costas esperei que me pedisses e,
nem um pouco, nada de bronzeador,
e como me daria prazer espalhar-to pelas costas.
Untava-te de esguichos e depois,
com as minhas mãos espalhava o óleo protector,
desenhando, em simultâneo,
pelas tuas costas largas e magras,
a pressão dos meus dedos curiosos.