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Set21
Náufraga (2014-08-16)
canetadapoesia
Encontrara-a por acaso,
num almoço,
deitei-lhe para cima a esquina do olhar.
Não parecia uma náufraga,
não a vislumbrava a afogar-se,
num qualquer lago profundo,
olhou-me,
e o seu olhar semicerrado não se propôs a coisa alguma,
mas expôs-se,
um ligeiro tremer de lábios nada dizia
se a minha atenção não estivesse desperta,
mas o cerrar de dentes sobre eles,
logo denunciaram o propósito.
Não era náufraga,
mas sem hesitar propôs o pecado da traição.
E daqui tirei a lição da emancipação.