Num claro dia de sol (2015)
canetadapoesia
Subitamente, num claro dia de sol,
a nuvem, que é esguia e se solta sabe-se lá de onde,
aproxima-se de mansinho,
atravessa o céu sem que se dê por ela e,
imbuída do silêncio das nuvens, vai-se chegando.
E num dia claro de sol, a nuvem que não o respeita,
ofusca-o e, depois de se colocar mesmo por cima de nós,
como se debaixo deste céu não houvesse outro espaço,
descarrega com toda a força da conjugação,
uma espécie de associação “nuvulenta”,
grossas e pesadas gotas,
toda a água que vinha acumulando.
E num dia claro de sol,
faz-se ouvir a trovoada,
acendem-se relâmpagos que,
iluminam a noite feita à nossa volta.
Tudo num dia claro de sol,
com nuvens, chuva e trovões relampejantes.