24
Out20
O menino (2013)
canetadapoesia
Os calções largos o bastante,
propositados para suportar o calor,
nos pés, quase nus, resistiam os restos de pneu,
reciclado agora em puro calçado,
sandálias de tiras e borracha de pneu
contra os pés descalços e contra o desperdício.
Nas mãos, nada mais que a gancheta,
o instrumento necessário e essencial
que faria rodar o arco com que,
nos seus sonhos de menino,
iria para além de todos os limites,
correria pelo mundo que conhecia e,
acabando este num imaginário limite,
logo descobriria o próximo.
O menino e os seus sonhos,
eram todo um universo e estava ali mesmo,
no seu arco e gancheta.