Olhar furibundo (2012)
canetadapoesia
Olhas-me com a aspereza,
que só o teu olhar furibundo,
consegue em mim depositar temor.
E porquê? Porquê, pergunto-te.
E a resposta célere como um cometa,
arremetendo em minha direcção,
atinge-me e acocora-me de tristeza.
Não gosto de piropos!
E porque não se nem sequer te disse nada ofensivo?
Limitei-me a ser eu,
aquele que tem dentro de si a beleza e a poesia e que,
por vezes não consegue contê-la.
Transbordo do meu silencioso interior,
e desdobro-me em prazeres de olhares sorridentes,
no fundo, das minhas palavras nem se intui um piropo,
foi tão somente uma constatação.
E o que afirmei e constato de novo,
é que a beleza assenta em ti como a primavera nas andorinhas,
és bonita, limitei-me a confirmá-lo.