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Jun19
Ruído no campo (2014-09-12)
canetadapoesia
Ao longe, muito ao longe,
soava o único ruído que quebrava a monotonia,
do solarengo silêncio campesino.
Tentava dominar-se a natureza,
e a máquina era a forma.
Ruidosa, caía sobre a erva,
daninha, selvagem,
decepava rente,
as tentativas de dissolução da modernidade,
ainda que incipiente.
Voltavas a tentar,
de tempos a tempos,
se repetiam os gestos,
e tu, natureza,
sem desistir, insistias,
que melhor seria para o mundo,
que o campo se mantivesse rebelde.