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Out14
Silhueta (2014-10-22)
canetadapoesia
Pela silhueta se percebia o conteúdo,
rico em cor e textura, estonteante em odor e,
terrivelmente erótico, pelos sabores que proporcionava.
Sem dúvida um despertador da alma,
essa insaciável caçadora,
de prazeres mundanos e deliciosos.
Meteu-lhe o nariz pelo largo e apropriado orifício,
aspirou-lhe o aroma, um autêntico bouquet florido,
e, pelas bordas cirandou, deixando que a língua,
ávida de satisfazer o desejo,
por ali penetrasse sem que inicialmente,
aprovasse tal delícia de esquisito sabor,
pelas bordas espalhada,
penetrando então, fundo, orifício dentro,
até ao âmago onde, de um trago,
satisfez o prazer do vinho.