Tarde dormente (2014)
canetadapoesia
Pela tarde sonolenta,
com o brilho do sol e o calor dos seus raios,
debaixo de um céu azul
onde despontam fiapos de algodão,
cuja brancura nos remete à pureza da alma,
olhamos a planta que renasce,
a flor que desabrocha,
e num carreirinho laborioso,
as formigas que se apressam a armazenar
o sustento do inverno que virá.
Olhamos a vida em todo o seu esplendor,
tomamos a consciência da sabedoria suprema
em que o nosso universo foi urdido,
sentimo-nos tão pequeninos,
que as estrelas a despontar ao fim da tarde,
lá ao longe, tão longe que as não alcançamos,
são afinal os enormes moinhos de vento
que a nossa ignorância consegue criar.