05
Ago19
Verde (2010)
canetadapoesia
Foi então que ouvi.
O vento que assobiava ao meu redor,
sussurrou-mo.
Ao princípio nem percebi,
parecia-me um ruído como outro qualquer,
mas não era.
Por entre as rajadas uivantes consegui,
finalmente,
escutar a voz.
Uma voz distante,
quase imperceptível,
mas agitada, suplicante.
Ajuda, peço ajuda.
Despertei os sentidos, apurei a vista,
foi então que deparei com ela.
Retorcida, meio quebrada,
ainda assim com a vitalidade que só a natureza possui.
A pequena árvore aguentava-se,
apesar dos maus tratos ia espalhando o verde,
que nos mantém vivos,
tanto quanto lhe era possível.